Linhas de Trabalho de Umbanda – Guardiões/ Exu – Guardiãs/ Pombagira – Exu Mirim




Linhas de Trabalho de Umbanda – Guardiões/ Exu – Guardiãs/ Pombagira – Exu Mirim


Para que um espírito trabalhe como Exu, ele não precisa ser e nem deixar de ser um ser de luz.

Não se questiona se esse espírito tem ou não tem luz, se ele é ou não um iluminado para trabalhar como Exu.
Trabalhando como Exu na Umbanda há espíritos que tem mais ou menos luz.

No entanto, todos eles trabalham para a luz.

 Umbanda é luz. Umbanda é uma religião de amor, de caridade e Exu é guardião da religião de Umbanda.

 Se Umbanda é luz, Exu é guardião desta luz.

Na Umbanda se manifestam os Orixás, os Exus são guardiões dos mistérios dos Orixás, os Orixás são a luz. Exu é guardião dos mistérios dos Orixás, então eles são guardiões da luz, não importa se ele é um iluminado ou não, importa que ele trabalhe na lei, o que ele faz dentro de um Terreiro de Umbanda, é única e exclusivamente o bem.

 E aí não importa o questionamento que sempre entra de que o bem é relativo porque quando você ajuda uma pessoa a ganhar um emprego, pode ser que o outro perca o que tinha.

A questão é: você não ajuda o outro a perder o emprego, você está ajudando alguém a conseguir o emprego, muito embora, que fique bem claro, a Umbanda não é balcão de milagre e nem cabide de emprego, a função maior da Umbanda não é arrumar emprego, a função maior da Umbanda não é arrumar dinheiro, não é arrumar namorado, namorada, marido, nem tirar a mulher do outro ou marido da outra, isso não é função da Umbanda.

É função da Umbanda ajudar aqueles que procuram seus guias em busca de auxilio.

Dentro do Terreiro de Umbanda Exu só trabalha para o bem, o que quer dizer?

Que só atende pessoas que estão pedindo o seu próprio bem ou o bem do semelhante, quando alguém pede, dentro do Terreiro de Umbanda, para prejudicar a vida de alguém, Exu tem que chegar junto e falar: “Olha, aqui dentro a gente não faz isso, é um casa de luz, é uma religião, a Umbanda é a manifestação do espírito para a prática da caridade, aqui dentro não se prejudica ninguém”, Exu não se presta a prejudicar o próximo, a energia de Exu é a energia do Orixá Exu que é a energia do vigor, da vitalidade.

Exu é a Esquerda da Umbanda, ele trabalha a nossa energia a Esquerda, a energia emocional, a energia do nosso inconsciente, Exu trabalha a nossa sombra, trabalha nossas trevas interiores, Exu trabalha as nossas dificuldades, Exu nos ajuda a entender onde a gente pode melhorar, Exu nos ajuda a vencer os nossos vícios, a termos maior clareza com aquilo que nos prejudica.

Ele é guardião do mistério dos Orixás, Exu é guardião assentado à Esquerda dos Orixás, Exu faz a guarda da Umbanda, ele não é trevas, mas ele desce nas trevas, alguém tem que descer. Se um dia nós cairmos nas trevas, quem vai buscar a gente? Qual é a maior caridade? Ajudar quem já está pronto para ir para a luz ou ajudar quem está lá embaixo nas trevas em sofrimento? Essa é a maior caridade. O que é mais difícil para o ser humano? É a mãe ou o pai que vai buscar o filho ou vai encontrá-lo na porta da faculdade, que vai encontrá-lo na porta do seu emprego? É o pai e a mãe que vai visitar o filho na sua casa, no seu lar? Qual é a maior dificuldade? Ou é a mãe que vai visitar um filho que está numa cadeia? Porque errou. Onde é necessário mais amor? É fácil amar quem só te dá alegria, é muito fácil.

Com relação aquele que erra e está errando também é necessária uma mão firme, uma mão enérgica.

Quantos de nós erramos por que na infância não tiveram o pulso firme de um pai ou de uma mãe, que dissesse com firmeza: “Assim não é correto”, “Dessa maneira não é bom, isso que você está fazendo vai prejudicar você mesmo no futuro”, “Tudo o que você faz, volta pra você” e com firmeza para chamar a atenção, para por de castigo, se necessário , para dar um corretivo de alguma maneira que seja – no caso de uma criança, não para machucar, mas para orientar – agora, no caso de um adulto aquela criança que o pai não chamou a atenção porque não queria que ele chorasse, o pai não foi duro, não foi enérgico porque ficou com dó da criança, a vida machuca você mais ainda depois de crescido se você fica um adulto mimado porque não foi uma criança educada, só que você não trata um adulto igual a uma criança.

Exu não é trevas, mas ele desce nas trevas, ele não pode descer nas trevas sem uma atitude firme, enérgica, direta, essa é a postura de Exu é também a guarda de um soldado, de um guardião, daquele que está fazendo a sua guarda, então se está fazendo a sua guarda é com relação a quê?

Com relação às trevas, com relação ao que pode lhe machucar, ao que pode lhe ferir, o que pode lhe agredir, ele tem que estar pronto e preparado pra lidar com isso, ele precisa ser o forte, estar armado com recursos de proteção, de força, e se é necessário vai ao ataque para proteger, essa é postura de Exu na Umbanda.

Exu é guardião e ao mesmo tempo é um Guia espiritual, Exu também é orientador,  Exu é irmão, mestre, pai, amigo, meu melhor amigo.

Exu que incorpora é espírito humano, já encarnou várias vezes, vai encarnar outras vezes ainda ou não.

Existe Exu que é um espírito de luz?

Sim. Lógico que sim.

“Ah, mas como é que um ser de luz desce nas trevas?”.

 Ele rebaixa sua vibração, encobre sua luz.

 Tem Exu que é espírito de muita luz e usa recursos para descer nas trevas sem que a sua luz seja percebida.

Quando Exu é chamado no terreiro para trabalhar, quem incorpora?

 O seu Exu de trabalho, todo médium tem três Exus que são muito presentes e muito atuantes na sua vida: um Exu de trabalho, um Exu natural e um Exu guardião e muito mais, muitos outros mais que atuam de uma forma mais passiva na vida do médium.

Esses três, acima citados, são muito presentes e dos três existe um que é o mais atuante, é o Exu que assume o trabalho braçal, que atua de uma forma operacional porque ele incorpora e incorporar dá muito trabalho, é um trabalho braçal. Até porque, às vezes, você nem tomou seu banho de erva, nem deixou a vela do Anjo da Guarda acesa, está cheio de carga, de energia ruim, às vezes, a entidade vai incorporar em você e quando você não está bem ele fica te limpando, te descarregando antes de poder começar o trabalho dele e a energia dele é sempre boa porque ele é um Guia espiritual.

Incorporar é um trabalho braçal, por isso, o nosso Exu de trabalho é o mais atuante, chama-se Exu de trabalho, pois tem o maior campo de atuação por meio do seu Orixá de Juntó.

Temos um Exu de trabalho que atua no campo do nosso Orixá de Junto, temos também um Exu guardião. Quem é o Exu guardião? O nosso Exu guardião é uma entidade que é um espírito humano também, mas que raramente incorpora. Porque o trabalho do Exu guardião é um trabalho muito mais mental. O Exu guardião é um mentor que coordena toda sua esquerda de Exu.

Quando você abre um Terreiro, geralmente o guardião se apresenta para que faça o assentamento no nome dele, o teu Exu de trabalho sabe quem é o seu Exu guardião.

 No dia-a-dia de Terreiro para chamar o guardião você faz um trabalho específico de chamada do guardião porque o Exu guardião do médium não costuma dar consulta.

Nota: Exemplificando, no meu caso pessoal, isto aconteceu de forma espontânea, ou seja, antes do curso de Teologia de Umbanda Sagrada, onde pude encontrar as explicações acima, num determinado momento de minha jornada espiritual, se apresentou para o trabalho outro Exu que não aquele ao qual eu já me havia habituado e “tomado” como “meu” Exu, que atuava em minha vida, desde a adolescência, de forma realmente mais sutil, mental, como um bom guardião. Estranhei a presença do outro, porém, segui adiante na certeza que tudo estava bem e como deveria estar mesmo porque eu continuava sentindo o “meu” Exu e percebia que era com seu consentimento que o outro vinha trabalhar, portanto, tudo estava bem. Depois, no decorrer deste abençoado curso, me deparei com esta fantástica e esclarecedora explicação que, sinceramente espero que a muitos alcance ajudando para uma maior compreensão desse Universo Maravilhoso.
Anna Pon

Todo Exu é um guardião, mas existe aquele que é O guardião, o Exu de trabalho e O Exu natural, mas todos os Exus são guardiões.

Existe um, porém, que é o meu guardião, é o Exu mentor.

Nós estamos adotando essa nomenclatura de: O guardião que é o Exu mentor da minha Esquerda que atua no campo do meu Orixá Ancestral. Nós temos: um Orixá Ancestral Dominante que é a força do chakra da coroa temos um Orixá de Frente que lida e rege os aspectos da Direita e um Orixá de Juntó que lida e rege os aspectos da Esquerda, então o nosso Exu de trabalho lida com os aspectos do nosso Orixá de Juntó, o nosso Exu guardião lida com os aspectos do nosso Orixá Ancestre.

Quem é o Exu natural?

 É um natural da dimensão de Exu, um natural é um ser que nunca encarnou que não é humano, nós temos um ser natural da realidade de Exu que nos acompanha. Porque você tem um natural de Ogum que quando é incorporação do Orixá de Ogum, esse natural incorpora. Você tem uma natural de Yemanjá que é a sua Yemanjá, uma natural de Oxum é a sua Oxum, um natural de Obaluayê é o seu Obalauyê e tem um natural Exu que não incorpora porque na Umbanda nós não fazemos chamada da incorporação para Orixá Exu.

Mas, você tem um natural de Exu que lhe acompanha, esse natural está na força do seu Orixá de Frente. Agora, calma e paciência, vamos lá, o seu Orixá de Frente é Xangô e o seu Orixá de Juntó é Yemanjá, então se o seu Juntó é Yemanjá quer dizer que o seu Exu de trabalho atua no campo de Yemanjá e aí você me diz: “Pois é, o meu Juntó é Yemanjá, mas o meu Exu é Tranca Rua, está errado?”. Não. O que nós estamos dizendo é: que mesmo que seja um Tranca Rua ele vai encontrar no campo de Yemanjá mais ferramentas e maior campo de atuação para ele lidar com os aspectos negativos da sua vida e ele vai atuar a partir do campo de Yemanjá e ele pode ser um Tranca Rua dos Mares, Tranca Rua das Marés, Tranca Rua das Ondas, Tranca Rua da Geração, então, isso é importante entender, Tranca Rua das Águas, sem falar do Tranca Mata, do Tranca Gira, do Tranca Mar, do Tranca Vento, do Tranca Montanha porque é só o Tranca Rua é conhecido, mas você tem Tranca tudo de tudo, não é?

Se o teu Juntó é Ogum não necessariamente o nome do teu Exu tem que ser um Tranca Rua ou um Tranca Caminho ou um Trinca Ferro ou um Trinca Fogo, não. O teu Juntó é Ogum, tudo bem. “Ah, mas o meu Exu é Marabô”, Marabô é de Oxóssi. Pois é, mas se ele for Marabô dos Caminhos, você não sabe você só sabe que ele é Marabô.

O teu Exu de trabalho encontra no teu Orixá de Juntó campo de atuação, por quê? Porque o meu Juntó é o meu emocional - emocional aqui não estou falando de questão afetiva – estou dizendo que: emocional é o campo do nosso ser onde estão as coisas mal resolvidas porque quando você atua de uma forma desequilibrada, quando você responde de uma forma desequilibrada, você não está sendo racional, você está sendo emocional.

Quando você sai da sua razão, você está na sua emoção. Quando você se desequilibra e age de uma forma que você não queria, você está agindo de uma forma emocional. Exu trabalha principalmente esse campo na nossa vida, o campo da nossa sombra, dos nossos medos, dos nossos traumas, dos nossos vícios, ali atua Exu e o Exu de trabalho é o Exu mais presente, então como ele é o mais presente, ele vai encontrar mais campo de atuação a partir do meu emocional, da minha Esquerda, da minha sombra, do meu inconsciente que é tudo isso regido pelo meu Orixá de Juntó.

Agora, há vezes que você dá passagem para outros Exus, então, esses outros são Exus auxiliares do seu Exu de trabalho. Porque ninguém trabalha sozinho, o teu Exu de trabalho trabalha acompanhado com muitos outros Exus e as entidades que incorporam na gente são entidades que são ativas na nossa mediunidade, mas nós temos um monte de outras entidades que são passivos no nosso campo mediúnico e nos acompanham.

Todos nós somos regidos por quatorze Orixás, todos nós somos filhos dos quatorze Orixás, para cada um de nós tem quatorze naturais na força dos quatorze Orixás que nos acompanham e todos nós temos: um Exu na força de cada um dos quatorze Orixás, cada um de nós tem – além desses três – nós temos mais quatorze Exus: um na força e no campo dos quatorze Orixás, então nós temos além do Exu que trabalha com a gente na lida do Exu de trabalho, nós temos um Exu de Oxalá e um Exu de Logunan, um Exu de Oxum e um Exu de Oxumaré, um Exu de Oxóssi, um Exu de Obá, um Exu de Xangô e um Exu de Oro Iná/ Egunitá, um Exu de Ogum, um Exu de Yansã, um de Obaluayê, um Exu de Nanã, um Exu de Yemanjá e um Exu de Omulu.

Nós temos quatorze Exus, geralmente um deles é o nosso Exu de trabalho, pode ser que um deles seja o nosso Exu guardião e é certo que, então às vezes incluindo ou não, nosso Exu de Trabalho, nosso Exu guardião, nós temos quatorzes, mas que no dia-a-dia, no trabalho braçal, operacional, quem toma frente é o Exu de trabalho, Laroyê Exu, Exu é Mojubá – Exu é ponto forte e ponto fraco na Umbanda, conheça Exu e o tenha como seu melhor amigo, seu guardião e ponto forte na sua vida, na Umbanda e nos seus trabalhos. Se você o desconhece, ele é ponto fraco porque é ali na força dele que você está vulnerável.

A exemplo de Exu temos também uma Pombagira de trabalho, uma Pombagira guardiã, uma Pombagira natural, se chamar Pombagira em Terra pra trabalhar, quem incorpora é sua Pombagira de trabalho e você tem uma Pombagira guardiã que também é uma mentora da sua Esquerda no campo de Pombagira que raramente incorpora e temos uma Pombagira natural e é a mesma relação, a guardiã traz uma relação com o Orixá Ancestre, a Pombagira de trabalho traz uma relação com Orixá de Juntó e a Pombagira natural traz uma relação com o Orixá de Frente.

Quem é a Pombagira?

São espíritos humanos que incorporam na gente e trabalham a força, o poder e o mistério do Orixá Pombagira.

O Orixá Pombagira está no campo do estímulo e do desejo, é desejo nos sete sentidos da vida e ao contrário do que muitas pessoas colocam como se Pombagira trabalhasse apenas questões afetivas e apenas o desejo sexual, não é isso. Pombagira trabalha o desejo em todos os sentidos da vida, ela trabalha o estímulo e ela trabalha também o que a gente sente no nosso íntimo, no interior, ela olha para nosso interior, ela trabalha essas forças relacionadas ao desejo, também ao êxtase, ao prazer, em todos os sentidos da vida.

Pombagira traz para nossa vida essa força de prazer, de desejo de estímulo que é muito mais vida para nossa vida e ali ela faz um par com Exu, é como a “fome e a vontade de comer”, porque Pombagira traz o desejo, mas não traz a força para realizá-lo, Exu traz a força, mas não traz os desejos para que essa força seja direcionada, ela traz o desejo, ela traz a força, eles formam um par e se polarizam Exu e Pombagira.

Nós temos uma mãe Maior Orixá Pombagira e nós temos quatorze Orixás Pombagiras Menores ou Intermediárias que são as Pombagiras Guardiãs dos Mistérios dos Orixás. Da mesma forma que Exu, temos Orixá Exu e sete Exus que são sete Guardiões Planetários e os quatorze Exus Guardiões dos Mistérios dos Orixás.

Nós não incorporamos esses Orixás, não se incorpora Orixá Maior, você não
incorpora os Sete Orixás, você não incorpora os quatorze que é o Guardião Planetário, a Pombagira Guardiã Planetária dos Mistérios de Oxalá, o Exu Planetário Guardião dos Mistérios de Oxalá. Então, quem eu incorporo? A minha Pombagira de trabalho. Quem mais me acompanha? Minha Pombagira guardiã que raramente incorpora, que é uma mentora, a minha Pombagira natural que nunca encarnou.

Uma natural de Pombagira vive numa realidade paralela a nossa, que não é uma realidade humana, imagine outro mundo, nesse outro mundo que não é humano, não existem os pudores humanos, não existe Catolicismo não existem religiões porque nessa realidade os seres naturais conseguem ver as divindades, cultuá-las de forma direta sem intermediário, sem dogma, sem doutrina, de uma forma direta, numa realidade sem pudores, aquela imagem eu acho isso importante dizer, aquela imagem de Pombagira nua e vermelha não é imagem da Pombagira espírito humano que incorpora em mim, mas é a imagem de um ser natural que vive numa realidade onde não se usa roupa.

Se eu olho para uma índia nua, isso não é algo natural? Porque não se usa roupa naquela tribo, se eu vejo a foto de uma Africana, de um Africano de uma tribo nu, não é natural? Então, em algumas realidades paralelas, isso é o natural e há seres naturais que não usam roupa e há ser natural de Pombagira que não usa roupa, mas também não incorpora pra trabalhar na Umbanda porque não é espírito humano, mas um ou outro pela clarividência vê e não entende e aí julga a partir do seu olhar preconceituoso o que deve ser aquilo, porque julga a partir dos seus desequilíbrios sexuais, emocionais, julga a partir do seu preconceito, julga a partir dos seus desejos frustrados com relação ao sexo oposto que não pode ver uma mulher nua que já acha que aquilo é um objeto de alguma coisa que está ali pra perverter, pra desequilibrar porque não consegue ver com naturalidade um corpo humano que é o que é: um corpo humano, ali não é humano porque não encarnou, mas é um corpo de um ser natural, então, existe sim, e que não se faça confusão.

Para nós, que estudamos a religião, temos que entender essas suas facetas, porém, não devemos esperar que o leigo entenda.

É claro que não vou colocar uma imagem de uma Pombagira nua e vermelha na porta do Terreiro porque o consulente que chega não é Umbandista, não estudou Teologia, ele não sabe o que é isso, ele olha aquela imagem e realmente ele pensa bobagem, ele acha que, se na porta já tem uma estátua de uma mulher nua, vermelha, lá dentro em algum momento também deve ter mulher nua pintada de vermelho, a imaginação vai longe e a realidade não é o que se vê, portanto, melhor entender, conhecer e não expor ao leigo o que se conhece a partir de muito estudo e mente aberta.

Não vamos confundir as coisas, não é porque um ser natural vive numa realidade que não tem roupa que eu vou colocar uma imagem enorme dessa maneira porque as pessoas não vão entender. Mas, é bom que a gente entenda de onde vem tal imagem.

Eu não colocaria na porta do Terreiro uma estátua enorme de Exu com dois chifres, um rabo enorme porque quem chega não vai entender. Mas às vezes quando Exu desce numa área, numa região trevosa, ele pode plasmar essa forma, faz parte de seu trabalho e compreender isso requer estudo, analise.
Conhecemos um espírito pela sua vibração e não pela sua forma, pois a vibração se sente e a forma, muitas vezes, engana.

A forma é uma opção, ele não está preso nessa imagem, mas ele pode plasmar essa forma se ele quiser.

Pombagira existe na força de todos os Orixás, tem Pombagira de Ogum, tem Pombagira de Yansã, tem Pombagira de Oxóssi, Pombagira de Xangô e tem Pombagira de Oxum, a Pombagira, a entidade Pombagira, pode ser sensual que não tem problema algum, ela não deve ser vulgar. Há uma diferença entre uma entidade ter uma energia sensual, ela rebolar, ela se movimentar porque ela tem uma energia movimentadora, ela tem uma energia sensual e a sensualidade movimenta a vida.

O amor, a paixão é algo sensual, ela trabalha essa energia na nossa vida, não é ótimo estar apaixonado? Não é ótimo amar com paixão? E ao longo dos anos fazer com que o amor seja maior do que a paixão? Mas viver a paixão faz parte do processo de crescimento? De desenvolvimento? De autoconhecimento do ser? De relacionar-se com o outro?

Pombagira trabalha as paixões, o desejo, nos ajuda a lidar com os nossos desejos, com as nossas paixões, com os nossos amores. Mas, não para pegar o marido da outra, não para destruir um relacionamento, Pombagira está na Umbanda para o bem, para fazer o bem. “Ah o que ela foi na outra vida? O que Pombagira foi na outra vida?” e você sabe o que você foi na outra vida? Alguém sabe? Quem de nós nunca fez algo numa outra vida ao qual se envergonharia? Ou nessa vida mesmo?

O que ela foi na outra vida não importa, importa é o que ela é agora, ela Pombagira de Umbanda, entidade que merece respeito, que caminha de cabeça erguida. Pombagira ajuda sim e muito a mulher, ajuda muito o homem também, mas, ajuda muito mais a mulher a caminhar de cabeça erguida, a se dar valor.

Em alguns lugares ainda existe uma repressão ao feminino, famílias, sociedades e culturas machistas e a Pombagira entrou sim pra ajudar a libertar a mulher dessa repressão, ajudar o homem a lidar com o feminino e homem incorpora Pombagira sim, claro que incorpora Pombagira, não fica afeminado porque incorpora Pombagira, se fica afeminado é porque isso já estava dentro e precisava ser trabalhado, que estava mal trabalhado porque Pombagira traz pra fora o que está reprimido.

Exu também traz pra fora o que está reprimido, uma mulher que incorpora Exu  não vai virar uma mulher masculinizada, assim como um homem que incorpora Pombagira não vai ficar afeminado. Agora, Pombagira não incorpora para fazer show, não incorpora para fazer teatro, incorpora para ajudar o próximo, essa é a questão, essa é a diferença.

Temos uma Pombagira Guardiã, uma Pombagira de trabalho, uma Pombagira natural e temos quatorze Pombagiras que não são as guardiãs dos Orixás, são as quatorze Pombagiras que me acompanham na força dos quatorze Orixás que também não incorporam toda hora, mas se fizer um trabalho para elas incorporarem isso acontece num trabalho específico, um trabalho de forma passiva, não são operacionais como a Pombagira de trabalho que está ali na lida, incorporando, trabalhando incorporada.

Uma grande dificuldade da Umbanda hoje é desmitificar Pombagira, desmitificar Exu.

Pombagira é nossa guardiã, é entidade que nos ama e que merece o nosso respeito. Todos os nossos Guias nos amam, a gente precisa aprender e lidar com eles precisamos aprender a lidar com quem a gente ama e essas entidades muita gente pensa: “Ah o Exu trabalha comigo, a Pombagira trabalha comigo porque eles tem dívida pra pagar”, mas tudo bem, “Ele tem dívida pra pagar, mas podia trabalhar com qualquer um por que ele está trabalhando comigo?”. Porque tem alguma ligação com você, não é? E essa ligação na maioria das vezes é uma ligação de amor, de carinho, de afeto. “Ah por que esse Exu ele trabalha comigo por que na outra vida foi meu inimigo”, mas espera aí, na outra ele foi teu inimigo e na outra? E na outra? E na outra? E na outra? Não é uma ligação à toa, na outra ele foi teu inimigo, vai ver que na outra ele foi teu pai, na outra ele foi teu filho e agora estão os dois descobrindo esse amor, essa ligação tão especial entre os seres que tem afinidade porque até o desamor é uma afinidade, só não há afinidade quando você olha pra alguém e não tem sentimento nenhum.

 Se tiver amor ou desamor, se você sente alguma coisa tem afinidade, tem uma ligação, estamos aqui descobrindo o amor que nutre a relação entre nós e nossos guias espirituais.

A entidade Exu Mirim não é espírito humano.

Exu Mirim é infantil, ele não é uma criança que desencarnou Exu Mirim não é o trombadinha “Ah, mas você incorporou Exu Mirim e ele contou uma história, ele contou que quando ele era criança, ele era trombadinha, ele era ladrãozinho, furava pneu de carro, se drogava, ficava na rua, por que ele contou essa história?”, porque ele está cansado de todo mundo perguntando: “Quem é você? De onde você veio? Onde você viveu?”, como é que ele vai explicar que ele não é humano? Que ele veio de outro mundo, de outra realidade que nem um ser natural ele não é.

 Exu Mirim ou é um ser encantando ou um ser dual, é um ser de outra realidade, de outro mundo, não é um ser natural e não vai encarnar. Por que quem em sã consciência vai dar pra uma criança cigarro numa mão e pinga com mel na outra?

Nossos Guias estão pervertendo as crianças? Trazendo-as, chamando pra fumar e beber? Exu Mirim fuma e bebe, porque ele vem de outra realidade que em comparação com a nossa, a realidade de Exu Mirim é negativa, então Exu Mirim às vezes se alimenta de energia negativa, Exu Mirim entra onde espírito humano não entra, faz o que muito Exu não faz, põe a mão onde muita gente não quer por porque ele não é humano, ele é um ser que trabalha uma energia forte e pura, pura na sua pureza – não no sentido de que isso é puro porque é de luz, a gente tem uma pieguice, um apego tremendo ao que é da luz, ao que é a humildade, ao que é disso, daquilo - ele é o que ele é e ponto final, é uma entidade que trabalha uma força diferente.

Quando Exu Mirim tem um comportamento negativo, quando Exu Mirim se comporta falando um exagero de palavrões, quando Exu Mirim incorpora e falta com o respeito, ele aprendeu isso com alguém em algum lugar porque de onde ele vem não tem isso, da realidade que ele vem não tem palavrão, da realidade que ele vem não tem desrespeito porque lá todos se relacionam em hierarquia.

Ele usa o vocabulário do médium, usa as coisas que estão no inconsciente do médium, usa as frustrações do médium e põe pra fora, como resolver isso?

Todos os Exus Mirins costumam admirar os Exus de trabalho do Terreiro, existe uma admiração é comum que os Exus assumam a doutrinação dos Exus Mirins e o trabalho de Exu Mirim é um trabalho que só dele estar incorporado ele está ajudando a descomplicar a sua vida porque o grande campo de Exu Mirim é esse: descomplicador, ele atua descomplicando e atua no campo das intenções.

Ele logo já vai percebendo quem é mal intencionado, não importa o que você fale, importa o que são as suas intenções, Exu Mirim está sempre de olho nas suas intenções pra ver se ele ajuda você a descomplicar o seu caminho ou se o seu caminho vai continuar do jeito que está: complicado.

 Essa é a função de Exu Mirim na nossa vida, essa é a nossa relação com Exu Mirim. A gente tem um Exu Mirim, ele não é como Exu e Pombagira que tem guardião natural ou de trabalho porque ele não é um espírito humano, então, a gente tem um Exu Mirim. “Cada um só tem um único Exu Mirim?”, pode ser que tenha outros Exus Mirins de forma passiva e que podem incorporar como Exu Mirim auxiliar, mas geralmente a gente tem um Exu Mirim que é o que assume o trabalho.

Exu trabalha com velas pretas, com velas pretas e vermelhas, com velas pretas, vermelhas e brancas ou com velas vermelhas. Pombagira trabalha com vela vermelha ou com vela vermelha e preta. E Exu Mirim trabalha de vela bicolor, trabalha com vela metade vermelha, metade preta, com guias bicolores. Exu Mirim bebe pinga com mel, a gente oferece pra ele uma cigarrilha, pode-se fazer oferenda, na firmeza de Exu Mirim você coloca vela bicolor, um copo ou uma quartinha com pinga e mel e um brinquedo.

 Na Umbanda tem magia, na Umbanda tem Orixá, na Umbanda tem rito, na Umbanda tem ritual, tem altar, tem tronqueira, tem Templo, tem relação sacerdotal, tem casamento, tem batizado, a Umbanda tem tudo àquilo que tem uma grande religião organizada e a Umbanda não trabalha apenas com espíritos humanos.

Na Umbanda nós trabalhamos com seres naturais que são os Orixás que incorporam, trabalhamos com seres encantados que são boa parte das crianças da Direita e a totalidade dos Exu Mirim são encantados ou seres elementais, duais, não importa, não são humanos. E junto de Exu Mirim também há a Pombagira Mirim e, se pouco nós sabemos sobre Exu Mirim e que desse pouco nós sabemos que Exu Mirim trabalha sobre o mistério do Cosmo da Gênese, na Cosmologia chamado Nada, sobre Pombagira Mirim nem o nada a gente sabe, não sabemos absolutamente nada sobre Pombagira Mirim.

O que sabemos hoje sobre Pombagira Mirim não é nada além de dizer: que não são humanos, que formam par com Exu Mirim, mas não conhecemos ainda a fundo, nem no raso, o mistério Pombagira Mirim. O pouco que a gente sabe sobre Exu Mirim de fundamento Teológico, de conhecimento, de informação, de mistério, do fator – o que a gente sabe de Exu Mirim, a gente sabe por meio do único livro publicado sobre Exu Mirim chama-se: Orixá Exu Mirim, do Rubens Saraceni, editora Madras, é a única coisa que a gente sabe teoricamente, de embasamento, fundamento do mistério Exu Mirim e Pombagira Mirim não tem ainda mais informação e nem embasamento, nem fundamento, assim como outras linhas de Umbanda que no futuro vão se apresentar.

Estamos ainda em processo de conhecimento. É lógico que na prática a gente já trabalhava com Exu Mirim antes de ter essas informações, já existe um trabalho feito com Pombagira Mirim, mas não existe uma fundamentação ainda, nós não conhecemos a fundo, pouca coisa se sabe sobre Pombagira Mirim, sabemos que elas existem que elas se manifestam e que numa Gira de Exu Mirim pode estar presente Pombagiras Mirins. E que Exu Mirim vem na força de todos os Orixás, os nomes de Exu Mirim costumam ser os nomes dos Exus no diminutivo, então, temos Exu Capa Preta, Exu Mirim Capinha, Exu Brasa, Exu Mirim Brasinha, Exu Calunga, Exu Mirim Calunguinha, Exu Caveira, Exu Mirim Caveirinha, Exu da Porteira, Exu Mirim Porteirinha.

 Pombagira Mirim a mesma coisa, tem Padilha, Padilhinha, Sete Saias, Pombagira Mirim Sainha, Pombagira da Praia, Pombagira Mirim da Prainha, Mariazinha, são os nomes no diminutivo.

O que a gente sabe é: eles podem ajudar, ajudam muito e fazem diferença no trabalho da Umbanda. Se há alguma dificuldade de doutrina chame um Exu, sempre há no Terreiro um Exu que é mais falante, que gosta de doutrinar, de orientar, o chame que ele com certeza toma a frente dessa orientação.

Anna Pon

(Texto baseado no Curso de Teologia de Umbanda Sagrada – Desenvolvido por Rubens Saraceni – Ministrado por Alexandre Cumino)


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