Desabrochamento de um médium da luz na Umbanda





A Flor Madura 
Por Rodrigo Queiroz 


Sexta-feira, são 6h35 e o relógio despertador começa a tocar. 

Ele ainda cansado e sonolento bate a mão no aparelho pra que desligue...mais alguns minutos e se levanta. Ao escovar os dentes sua memória o alerta: 

- Hoje tem trabalho no Centro, preciso terminar tudo o mais rápido, hoje quero chegar no inicio, vamos ver o que ocorrerá. 

Um leve arrepio percorre pelo seu corpo e uma ansiedade já começa a lhe tomar conta... 

O dia só está começando. No plano Astral, Aruanda, alguns espíritos combinam a noite que viria e como seriam os preparativos para a gira logo mais: 

- Olá Sr. Fogo! 
- Saudações Tupinambá. 
- Amigo, hoje precisaremos de você lá no templo pra gira de hoje, apenas conduzirei os trabalhos do lado espiritual e você comandará se utilizando do nosso mediador em comum. - Isto por algo especifico? 
- Sim, aliás, muitos, hoje muitos encarnados serão encaminhados pra lá e suas necessidades são mesmo consciências, além do que temos em especial o desabrochar de um médium que nos é importante e vamos focar muito no que deveremos fazê-lo sentir. 
- Compreendo, conte comigo. 
- Ótimo Fogo, lá trabalhará com seus amigos falangeiros as emoções das pessoas, fazê-las através de vosso magnetismo, repensar seus atos e começar a reequilibrar pensamentos, atitudes e emoções. 
- Tupinambá, isto é o que faço, será um prazer. 
- Muito bem, será um grande dia. Caboclo do Fogo se dirigiu ao templo em questão e começou a localizar aberturas negativas que deveriam ser “queimadas” neste dia. 
Foi até o médium responsável, do qual se serviria para a noite e iniciou todo o trabalho de inspiração e preparação para a noite. 
Tarso, em seu emprego, sentia-se ansioso, estranhamente fica imaginando como seria a noite e se estranhava por tamanha vontade que o tomava em querer que chegasse rapidamente o horário. 
De longe, seu mentor tutor emanava vibrações e fluídos em sua direção para ir preparando seu corpo até o momento certo. Tarso não sabia, mas estas sensações que sentia, provinham destas emanações... Tarso como há muito tempo não fazia, começava a recordar a sensações mediúnicas sentidas á 10 anos atrás... 
Muitas desventuras o desanimaram e o afastaram da Umbanda...há pouco tempo voltou a frequentar um Templo de forma bastante expectadora. 
Caboclo Ubiratan, recostado numa árvore próximo ao leito de um córrego de água cristalina e irradiante, segurava sua pedra portal por onde emanava seus fluidos até o tutelado. 
- Salve Ubiratan, é hoje? 
- Saudações Tupinambá, sim, hoje espero ser o grande dia, meu grande amigo está de coração aberto e ansiando me sentir. Não podemos perder esta grande oportunidade, não é a todo momento que um coração endurecido se permite a bater vivo. 
- Temos muitas expectativas amigo, isto representa renascimento no coração de meu amigo tutelado e o reencontro mágico de dois espíritos que vivem nesta encarnação como irmãos consanguíneos e que juntos trazem uma irmandade espiritual para beneficiar milhares de pessoas. 
- Sim amigo, então hoje tocaremos seu coração, o estou preparando. 
- Logo mais nos dirigiremos ao templo. Já são um pouco mais da metade do dia, Tarso acelerando seus afazeres e com a mente na noite, uma ansiedade que não se explicava, mas que o fazia sentir-se bem. 
Concentrado em seus afazeres, atrás dele chega Ubiratan, que o toca no peito, seu corpo físico capta este toque como uma descarga eletromagnética onde reage com um arrepio a percorrer o corpo e uma leve sensação de frio na barriga, voltou a pensar na noite. Assim, muitos e muitos espíritos guias preparavam seus mediadores para a noite, onde mais uma gira de caridade seria realizada em nome da Sagrada Umbanda... 
Passaram-se as horas, Tarso encerrou seu expediente e apressado seguiu para sua casa a fim de tomar banho e seguir estrada, a caminho da cidade vizinha onde o Templo se localiza. 
Seu coração por vezes acelerado e sentia-se inquieto, pensamentos do passado com uma gostosa lembrança insistiam em não sair de sua mente. 
São 20h00 e é dado o toque de início dos trabalhos. O médium dirigente já sabendo da presença do Sr. Caboclo do Fogo, sem entender prosseguia com o ritual. 
Defumação, preleção inicial, oração, hino da Umbanda, cantos de firmeza... Tarso já está atrasado e perdendo a paciência... 
No astral do templo, luzes multicoloridas circulam freneticamente ao redor da corrente mediúnica. Quando num toque de chamada de Orixá, uma explosão se faz no meio do templo e uma labareda se forma indo a direção da médium concentrada... 
Mãe Egunitá (sua intermediária), mediuniza a mulher e com a aceleração do toque no tambor, começa emanar faíscas de energia que são absorvidas pelos médiuns e consulentes presentes, é tudo muito rápido e intenso, a médium sai do transe, mas a labareda permanece acesa no meio do templo, isto claro, do lado espiritual. 
Continuam algumas saudações. Tarso chega e seu corpo já começa a vibrar, senta-se e aguarda ser chamado... 
Ubiratan vai a sua direção, Ubiratan aparenta uma forma física de 50 anos de idade e é um trabalhador de Oxalá. Aproxima-se de seu tutelado e continua emanando seus fluídos... O médium dirigente inicia: 
“Oi toca fogo na mata, chama, chama que ele vem... Oi toca fogo na mata, chama, chama que ele vem...” 
Caboclo do Fogo sai do meio da labareda e projeta seu cordão conector no plexo frontal do médium o levando ao transe, já mediunizado inicia seu trabalho, de suas mãos flamejantes saíam pequenas salamandras que corriam pelas paredes e pulava nas pessoas para “comerem” os cascões energéticos mais grosseiros, dessa forma sutilizando o espírito dos presentes... 
A curimba entoa: “Portão da aldeia abriu...para os caboclos passar... Portão da aldeia abriu...para os caboclos passar...” 
Do lado do Congá se abre um portal por onde começam a chegar os mentores trabalhadores da noite e vão indo mediunizar seus instrumentos... Firmam os pontos riscados, se preparam... Caboclo do Fogo abre seu ponto riscado que do lado astral projeta luzes e energias que aos olhos do menos desenvolvido aparentava uma imensa fogueira ateada... 
O trabalho transcorre...Tarso está ansioso...chega sua vez. Ubiratan projeta suas vibrações na direção do médium incorporado pelo Caboclo do Fogo, este percebe o que está prestes a ocorrer... Tarso é colocado dentro desta “fogueira” agora combinado com as vibrações de Ubiratan, seu corpo começa a vibrar... 
“Urubatan de Guia que com seu manto ele vem saudar... Ele arrebenta cadeia de bronze e de aço... Urubatan não encontra embaraço...” 
Ubiratan aproveita a entrega de seu tutelado e o abraça, transmitindo sua forma física...Tarso carranca a face e sente seu corpo enrijecer e ter a sensação de estar crescendo...Ubiratan se apresenta aos olhos do médium dirigente que mesmo incorporado se emociona... 
Ali por alguns minutos Ubiratan envolveu profundamente seu tutelado e inspira em sua mente: 
- Estamos sempre juntos filho, você precisa pensar sobre isso que está sentindo... Tarso perde os sentidos por alguns momentos, se entrega e felicita-se em poder estar sentindo todas aquelas sensações... 
Após alguns minutos, Ubiratan desliga seus cordões de Tarso e o mesmo retorna à consciência, ainda sentindo o corpo grande e pesado... 
Caboclo do Fogo, sem dialogar o abraça e beija...Tarso sente seu coração acelerar e segura as emoções e ainda consegue soltar uma frase: 
- Como ele se chama Sr.? 
- Ubiratan filho! Assim começa um processo de desabrochamento de mais um mediador da luz na Umbanda...que venham... 
Okê Caboclos! 

Mensagem ditada por Pai Zuluá no dia 30/03/07, sexta-feira, 00h23


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