Umbanda - O consulente no Terreiro




Olá!

Não vejo o consulente como provável médium, nem como alguém que deva passar pelo desconforto/constrangimento de triagem para ser atendido nos terreiros e casas espíritas/espiritualistas.

Vejo o consulente como ser humano em busca de auxílio, alento em suas dores sejam elas de que ordem forem. 

Não nos cabe julgar a dor do outro. 

Digo isso porque percebo certa "reserva", por parte de alguns médiuns e dirigentes sobre o assunto amor, emprego e a insatisfação das pessoas que vivem problemas semelhantes.

Ora! A pessoa procura o terreiro, ou casa espírita/espiritualista, muitas vezes extremamente angustiada por conta dessas duas questões que, por sua vez podem sim criar condições favoráveis para que ali, no assistido, se instale algum tipo de  obsessão.

Ouvi, por esses dias,  um sacerdote de Umbanda afirmar que em sua casa, pessoas com problemas afetivos e financeiros não são atendidas, pasmei, e mais, sentenciou ainda que o problema da pessoa, nessas condições, é social ou fruto de sua própria negligência.

No meu entendimento, essa postura não é de um verdadeiro sacerdote, nem Umbandista, nem de religião alguma.

Espiritualidade sem humanidade é pura arrogância.

É certo que nenhuma entidade poderá resolver os problemas das pessoas, mesmo porque existem Leis Maiores que regem o carma, mas constranger a pessoa que busca ajuda, logo de "cara" com tal postura é no mínimo uma questão de falta de sensibilidade.

Nós, Umbandistas, sabemos, ou pelo menos deveríamos saber que o Congá não é balcão de negócios, porém, muitas vezes, quem busca a Umbanda, vem como último recurso, vem aconselhado por um vizinho, parente, amigo, sem noção alguma sobre a religião. A pessoa vem desesperada, dolorida, angustiada e a nossa obrigação, como medianeiros e servos de Oxalá, nosso Mestre e Guia Maior, é de acolher, ouvir, trabalhar, sem julgar se o problema que aflige o consulente é de ordem afetiva, financeira, etc.

A espiritualidade sabe, de ante mão, quem nos enviará e está, antes de nós, preparada para receber a pessoa que muitas vezes nem imagina a razão pela qual foi "induzida" a buscar ajuda num terreiro, nem mesmo nós, medianeiros, sabemos porque tal pessoa, com problemas aparentemente caprichosos, se apresenta ali, diante de nós e da entidade que servimos por aparelho.

É precipitado demais sentenciar, como fez o sacerdote em questão, afinal não precisamos de juízes e sim de auxílio que nos oriente e nos ajude a angariar forças para seguirmos vivendo com dignidade.

A Umbanda é paz e amor, acolhimento, manifestação do espírito para a caridade sem triagem porque Nosso Mestre, Jesus, assim nos ensinou e assim nós, Umbandistas, seus seguidores, o fazemos, ou pelo menos, é o que deveríamos todos fazer.

Certamente que iremos nos deparar, em algum momento de nossa trajetória como médiuns, com situações adversas, que fogem à nossa compreensão, porém, até nesses momentos, estamos sob a supervisão da espiritualidade maior que nos observa e nos permite a ação/reação, testando nossa fé e firmeza.

Ninguém vem a nós sem a permissão/supervisão da Espiritualidade.

A Umbanda está de braços abertos para todos, sem distinção. Terreiro e Sacerdote que se preze, mantem as portas da casa e do coração abertas.

Respeito é o que todos queremos, portanto respeite o próximo e lembre-se que o Caboclo das Sete Encruzilhadas, numa de suas manifestações registradas, deixou muito claro que ajudou seu médium Zélio Fernandino de Moraes a se casar porque era necessário que assim fosse, ou seja, a espiritualidade sempre nos ajudará dentro do nosso merecimento e necessidade, independente do nosso julgamento ou de nossas preferências.

Como podemos sentenciar que problemas afetivos e financeiros não sejam de ordem espiritual? 

Somos espíritos num corpo temporário de carne e quase todos os nossos problemas são reflexos do passado ecoando em nosso presente que acabamos complicando por não sabermos como lidar com eles e, nessa hora é que entra o balsamo confortante da espiritualidade que nos ajuda a enxergar e a conviver melhor com nossas dores e dificuldades até que encontremos força e sabedoria, por nós mesmos, para a construção de um futuro melhor, mesmo porque o futuro é eterno, não se extingue com o corpo perecível.

É certo que o movimento Umbandista tem lutado pela desmistificação, por simplificar cada vez mais seus rituais para que haja harmonia com o tempo que vivemos, mas dai a selecionar as aflições dos consulentes já é demais, foge ao espírito de caridade e aos ensinamentos de Nosso Mestre e Guia Maior, Jesus.

Com toda a certeza, o Umbandista sério não se dará ao papel de realizar trabalhos de amarração, corte, barganha, etc. e se, por ventura, o médium incorporado, vir a se deparar com tal situação, sábia e gentilmente, a própria entidade o esclarecerá muitas vezes demovendo-o de tão deprimente intenção.

Simplificar sim, é justo e necessário, mas julgar e negar auxílio nunca, mesmo porque, pode acontecer que nas entrelinhas de um problema afetivo/financeiro, esteja um problema muito maior de ordem cármica no qual possivelmente estejam envolvidos muitos espíritos   encarnados e desencarnados, por isso, nunca, mas nunca mesmo, julgar, sentenciar então, nem pensar!

Outro ponto que me desagrada profundamente é a ironia do sacerdote em questão quando se refere à ingenuidade de alguns consulentes que pensam, por falta de conhecimento, que as entidades o atenderão em todas as suas necessidades. Sabemos nós, Umbandistas sérios e comprometidos com o bem, que as coisas não são bem assim, porém, ironizar não ajuda em nada, só atrapalha mesmo e perde-se ai uma grande oportunidade de repassar ao menos um pouco de Luz através do compartilhar conhecimento que é uma das tantas maneiras de se praticar a caridade verdadeira.

Atenção! Os falsos profetas estão ai aos montes e nunca, jamais esqueçam que o espírito que move a Umbanda é a fé, a caridade e o Amor, sendo o Amor seu maior representante!

Axé Meu Povo!

Anna Pon


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