O Orí

 


Orí 
Textos variados sobre o tema escritos por sacerdotes.


Uma das divindades mais importantes na compreensão do Culto Yorubá é o Orí.

Na Umbanda podemos compreende-lo como essência, a nossa essência ou espirito imortal com todos os registros vividos pela alma em suas sucessivas encarnações.

Para algumas sociedades africanas, Orí, ou alma/espirito/essência do ser, é "adorado" como a central da personalidade e do destino das pessoas. Sede onde estão as ideias, opiniões, emoções e sorte sendo sua fonte Deus que é chamado de o Grande Orí. Na percepção Umbandista se dá o mesmo, apenas mudamos as palavras e formas de compreender, porém, cremos nas mesmas teorias, ou seja, fomos criados à imagem e semelhança de Deus de onde se origina todo ser humano.

O Orí está dividido em Orí Inú que é a Cabeça Interna ou Destino e Orí Òdé que é a Cabeça Física.

ORÍ ÒDÉ – a cabeça externa caracteriza-se pela cabeça física (crânio, cérebro, sistema nervoso central, olhos, ouvidos, etc.) e também pela personalidade e intelecto que resultará da interação daquele corpo com Orí Inú (cabeça interna).

ORÍ INÚ - a cabeça interna é a nossa personalidade divina, ou nosso “eu verdadeiro”, ou nosso “eu supremo ou superior”. Em resumo, nossa alma.

A cada encarnação, nosso espirito habita um corpo, porém, a essência de cada um de nós, ou Orí, se faz presente mesmo num novo cérebro e sistema nervoso central. A crença Yorubá divide Orí em: Inú (destino), Òdé (cabeça fisica e sede da personalidade que interage com a essência ou alma).

Na Umbanda cremos que essencialmente somos um espirito que habita vários corpos segundo a necessidade que a alma tem de evoluir, cada oportunidade na matéria traz experiencia ao espirito

Todos os Orixás têm que respeitar a vontade e o livre arbítrio de Orí.

Sempre, quando se inicia um culto, os devotos têm que tocar a terra com a testa como um ato de respeito ao primeiro Orí, a ancestralidade e a onilé de onde o orí foi formado e moldado por Ajalá, Obàtálá. 

Orí é o Deus portador da individualidade de cada ser humano. 

Representa o mais íntimo de cada um, o inconsciente, o próprio sopro de vida em sua particularização para cada pessoa. Orí é cultuado como uma Divindade e é única e individualizada, devendo ser cultuado e tratado. 

A habilidade do Orí de receber o Aşé (poder) do òrişá é uma função da ressonância interior do Orí em si. O Aşé de um òrişá que existe no Orí de um individuo pode atrair a força desse òrişá através de uma experiência chamada incorporação (transe) ou intuição forte, que se dá a partir de um processo iniciático.

Tão importante é a cabeça em muitas sociedades africanas que ela é adorada como a sede da personalidade e destino do homem

ALIMENTO A CABEÇA - BORÍ

À cerimônia de equilíbrio do Orí dá-se o nome de Borí (bó = alimentar, Orí = cabeça => alimentar a cabeça, alimentar a alma, fortalecê-la). 

Borí – alimentar o Orí é um ritual que tem por finalidade a restauração do equilíbrio entre Orí Òdé (cabeça física) e Orí Inú (alma, o eu superior). 

Tendo Orí status de òrişá, responde no oráculo. Todas as oferendas que alimentam o Orí são ditadas pelo oráculo - mas sempre com o consentimento do próprio Orí - na qualidade e quantidade adequadas ao momento e situação. 

A energia de um òrişá só é fixada se o Orí permitir. Como todas as possibilidades de sucesso ou fracasso dependem do Orí, o Borí é o rito especial que propicia a sua positividade. A sua finalidade é, através de manipulação do aşé, proporcionar ao Orí, o ponto de equilíbrio ideal para a sua autorrealização. 

Na religião yorubá o Orí é preparado para atuar com discernimento nos constantes conflitos com que se deparam o espírito – Ori Inú – e a matéria – Ori Òdé, no decorrer da sua existência terrena.


Entendendo o Orí
Junho 18, 2014 por Da Ilha

Quando nascemos, o Orí (cabeça), é o primeiro òrìsà que recebemos, é quando tomamos nosso primeiro banho de sangue, nele trazemos as impressões que estão gravadas no inconsciente, a nossa origem no universo.

Este Orí está ligado ao Orí òrun pelo nosso Iponri, ele é fonte da inteligência para a sobrevivência no ayé (Terra) e dele (Orí), geramos toda a força propulsora que nos conduz em nossa jornada não somente para a vida em si, mas também na saúde, prosperidade e equilíbrio. 

Nosso Orí está diretamente ligado ao Orí òrun, portanto ele conhece nosso destino e desta forma nos conduzirá na passagem do mundo físico para o mundo espiritual e vice e versa.

Assim, Orí = Origem do ser, está ligado ao òrun e ao mesmo tempo ligado a Terra (ayé), sobrevivendo após a morte para transmutar a morte física para a vida do espírito e desta forma guardando em sua memória as marcas de sua origem.

“O pensamento provoca a ação e a ação provoca a reação” e todos os frutos colhidos serão a resposta de nossa conduta, de nosso equilíbrio tanto mental como emocional. Isto quer dizer que podemos ter um bom Orí, que saudaremos Olorí rẹ e para aqueles com um mau Orí diremos Olorí Burúkú, aquele que tem cabeça ruim.

Olódùmarè, nosso Deus maior nos deu a vida e a liberdade de buscar a perfeição espiritual, deixando conosco a sabedoria arbitral, a qual somente poderá ser compreendida com um bom Orí, assim diz o Oríkì:

Nada se faz sem um bom Orí.

Um bom Orí é aquele que está sempre alerta, sempre sacrificando, sempre buscando evolução, sempre melhorando seu caráter e suas maneiras.

Ifá em nossa vida

Ifá, é a soma da sabedoria suprema, da cosmogenia e da cosmologia, da vida e da morte, do nascimento e da natureza, a visão total do mundo e da existência estabelecendo normas éticas que irão comandar as sociedades e os homens e assim determinando uma conduta nobre diante de todas as forças que se formam contra o bem da humanidade. São estas forças que conduziram a sustentação do planeta vivo.

Neste processo tão poderoso, aquele que for iniciado em seu Culto estará agregando a si uma permissão para obtenção de um poder muito maior perante Olódùnmarè, assim existindo a necessidade por parte dos Sacerdotes, conhecedores plenos da extensão deste mesmo poder, avaliar o candidato com muita clareza e assim permitindo ou não esta iniciação.

Nem todos estão habilitados a carregarem em seu Orí, esta força que liga o ser com o sagrado. Seus Sacerdotes, apoiados nos conhecimentos milenares, carregados por uma cultura de tradições em botânica, mineralogia e zoologia conseguem unir os elementos da natureza à energia vital de cada indivíduo procurando o equilíbrio entre as forças espirituais e materiais de cada um, esta união da ciência com o mundo espiritual precisa de mentes sãs.

A transformação dos filhos iniciados em Ifá:

No momento da iniciação o destino vivido por esta pessoa até então, estará sendo limpo e enterrado, dela serão retiradas todas as forças contrárias e haverá uma mudança no trajeto até então vivenciado, fazendo com que seu Orí encontre o destino do momento de sua concepção, apagando as imperfeições consequentes de sua vida refletida pela sociedade onde nasceu, cresceu e vive para reencontrar a sua origem perfeita.

Mas para que esta força de fato venha adentrar em seu Orí e passe a fazer parte de sua existência estes novos filhos deverão procurar além de cumprir leis, entender e estudar o sentido desta filosofia para que a magia desta iniciação prevaleça neste Orí, sendo ela independente de seu òrìsà guardião.

Ifá é um Culto Tradicional considerado a fonte de todas as outras formas de adoração. É um livro de orientação, um roteiro, que trata você como indivíduo único e através do qual receberá suas regras de conduta pessoais Eéwò (tabus) de acordo com sua origem ancestral, leis estas que irão levá-lo a obtenção da realização de sua felicidade de acordo com sua própria história e missão.

Aqui não pode haver a alimentação de sonhos que não fazem parte de seu destino, mas a leitura daquilo que você sempre foi, desde os primórdios e a busca de seu aprimoramento através das soluções apresentadas nos jogos divinatórios de Ifá.

Assim em nada se parece a qualquer religião, associações ou fraternidades que existem, onde todos são tratados como massa independendo da inteligência e onde seu Eu Interior não é respeitado.

O aprendizado correto da forma de cultuá-lo requer um grau elevado no domínio de seu comportamento, já cheio de vícios de personalidade, este é o verdadeiro àse, o nascer novamente com a maturidade e a consciência adquirida e poder reformular sua vida de forma a satisfazer sua trajetória na Terra.

Texto escrito por Odé Gbàfáomi, embasado em artigo do Áwo Fatunmbi.


Ire Bàbá

"Ori é o deus portador da individualidade de cada ser humano. Representa o mais íntimo de cada um, o inconsciente, o próprio sopro de vida em sua particularização para cada pessoa. Ori mora dentro das cabeças humanas, tornando cada um aquilo que é.

Como ao morrer, a cabeça de uma pessoa não é separada para o enterro, Ori é conhecido como aquele que pode fazer a grande viagem sem retorno, pois os outros orixás, mesmo quando morrem seus filhos, são libertados da cabeça (Ori) e retornam ao Orun (céu, ou mundo exterior).

À cerimónia de equilíbrio do Ori dá-se o nome de Bori (bo = oferenda, ori = cabeça => dar oferenda para a cabeça, fortalece-la). Não se deve no entanto confundir Bori com Iniciação. O Bori pode ser feito em qualquer momento e não implica qualquer vínculo com o Orixá ou com a casa.

Durante o processo iniciático a primeira entidade a ser equilibrada é justamente o Ori, a individualidade pessoal, para que a pessoa não se transforme num mero espelho do orixá.

Um dos mitos sobre Ori diz que ele pode depois de enterrado voltar ao Orum, levado por Nanã ou Ewá. Diz este mito que um dia Ori percebeu que era o momento de nascer outra vez e foi falar com Olorum, o Universo, solicitando permissão para nascer na mesma família em que havia nascido antes. Olorum permitiu, com a condição de que apenas ele, Olorum, pudesse conhecer o dia de sua morte, sem que Ori pudesse opinar sobre esta questão e que o destino de Ori só pudesse ser mudado quando Ifá fosse consultado.

Este orixá não tem características estéticas pois não incorpora. Apenas é cultuado juntamente com os orixás, possuindo um número no jogo de búzios onde “fala”.

A quizila de Ori é a mentira."

Bàbá King

Há muitos meios de transformar o mau Ori e o bom Ori para melhor. O Ori pode ser melhorado pelo bom caráter e pelo bom comportamento. O Ori pode ser melhorado quando existe disposição para pedir orientações a um sábio interessado em nosso bem-estar, ouvir o que este sábio tem a dizer e transformar as suas orientações em ações concretas. O Ori pode ser melhorado pelo convívio com pessoas nobres, pelo culto aos orixás ou pela adoção de outras práticas sagradas e pelo esforço de trilhar o caminho mais adequado às necessidades e aos potenciais de cada um. Que todos os seres de bom coração encontrem meios de melhorar o seu Ori!

A CABEÇA DE UMA PESSOA FAZ DELA UM REI OU UM ESCRAVO

Nosso Ori – cabeça – é o responsável pela consciência, pelos sentidos e pela expressão da inteligência, que estruturam os processos contínuos de construção dos pensamentos e cognição mais profunda, aquisição de conhecimento, incluindo estados mentais de reflexão, atenção, raciocínio, memória, juízo, imaginação, pensamento, discurso, percepção visual e audível, aprendizagem e, por fim, emoções.

Aprenda a cultuar diariamente seu Ori, discipline-se para ter bons pensamentos, atraindo bons presságios e pela Lei de Afinidade, abundância e prosperidade em sua vida. 

Assim Ori se torna bom, e só assim teremos um bom caráter consolidado.
Axé!!!

Do livro OS ORIXÁS E OS CICLOS DA VIDA


Na formação do corpo físico no centro de nossas cabeças encontra-se a glândula pineal, onde em nossa cabeça extra física está localizado nossa divindade interior.

Essa centelha, esse núcleo, é indestrutível, quando nosso espírito é criado, nele se dá a origem do Orixá Ancestral. Ao redor dele se forma o orí, que por sua vez, é a matéria primordial de cada orixá.

Após o Orixá ancestral ser formado, quando o espírito encarna surgem o que chamamos de Orixá de Frente e Orixá Adjunto, os quais regem a vida do espírito enquanto estiver encarnado, podendo assim variar conforme as encarnações do espírito mas somente se manterá o Orixá Ancestral.

Veja abaixo a classificação de cada Orixá:

Orixá Ancestral - Tem origem no centro de nossas cabeças extra física conhecida como períspirito onde está localizado nossa divindade interior. Ele nos acompanha desde o nascimento do espírito e por toda a jornada espiritual.

Orixá de Frente - é a matéria primordial da formação do Orí, é ele quem rege toda nossa vida quando encarnamos, tem grande influência na formação e desenvolvimento da personalidade.

Orixá Adjunto - Este por sua vez faz com que haja um equilíbrio dentro da coroa mediúnica este equilíbrio se faz presente na personalidade e na caminhada durante a encarnação.

A cada encarnação, essa matéria é moldada e modificada, isso faz com que além dos orixás que fazem parte do Orí, encontra-se também os guias, falangeiros e guardiões. 

Quando se encarna, estes tem a função de se comprometer em cuidar e zelar pela mediunidade de cada um, formando-se assim o Eledá / Coroa Mediúnica. 

No Eledá encontra-se a peça primordial de toda essa formação, que é Exu, responsável por todo o equilíbrio do plano astral.
Axé!!!

Norberto Peixoto



Segundo os ensinamentos de Ifá, todo ser humano vem a este mundo com um proposito bem definido, seu objetivo é provocar a evolução humana.

Ifá explica que antes do inicio de uma nova vida, nós formalizamos um acordo com a Divindade, contudo durante o processo de reencarnação o acordo é esquecido, justamente para que o indivíduo exercite sua natureza e não siga um “roteiro”, em outras palavras, não seja uma marionete do seu próprio destino. É muito importante entender que esse acordo feito com a Divindade não tem função de controlar a pessoa, mas sim impulsionar o seu crescimento.

Dessa maneira fica claro que o nosso destino é balizador, ou seja, existe uma “estrada delineada” a seguir, mas podemos tomar o rumo que quisermos, pois temos impetrado em nossa alma o livre arbítrio, dado a nós por Olódùmarè. Porém, se nos mantivermos leais aos propósitos previamente combinados no Òrun, ao final dessa existência teremos dado um grande passo em busca da perfeição.

Mas como descobrir o conteúdo desse acordo? Como saber se estamos fazendo o certo? Para responder essas perguntas Ifá ensina: “BÍ OKÒ BABÈRÈ, ÓKÒ NÍ RÍ IDÁHÙN”, ou seja: “Se a pergunta não for feita, nunca saberemos a resposta”.

Este ensinamento expressa a necessidade de descobrir nosso “eu interior”, de buscar as respostas que possam promover em nós mudanças significativas de personalidade, corrigindo e alterando nosso caráter de tal forma que aperfeiçoe nossas ações. 

Além disso, entender e conhecer nosso projeto com a Divindade ajuda a criar tais mudanças. Muito bem, Ifá também esclarece que para revelar o conteúdo do acordo precisamos alinhar nossa essência interior com nossa essência superior, ou seja, sincronizar nossa consciência com o plano espiritual, guiar os valores terrenos com os princípios espirituais presentes dentro de cada pessoa. Este processo é conhecido como alinhamento do Orí com o destino. Ele é a chave para o sucesso na vida e também para o crescimento espiritual. Tal alinhamento pode ocorrer espontaneamente, sem necessidade de um contato mais próximo com a Divindade, isso pode ser notado em muitas pessoas que tem facilidade para obter êxito em seus empreendimentos, demonstrando claramente que Orí e destino estão em perfeita harmonia.

Mas quando tal alinhamento não ocorre, as pessoas passam por dificuldades grandes, temos a impressão que a vida está bloqueada e logo pensamos em ações externas, como feitiços agindo sobre nossa vida.

Esta afirmação nem sempre procede, normalmente, o inimigo somos nós mesmos, o nosso caráter (Iwa). Para remover tal obstáculo, a Divindade determinou que os Òrìsà fossem nossos protetores e orientadores, ajudando o homem a encontrar dentro de si mesmo o caminho e então provocar o alinhamento tão desejado e necessário.

Ifá ensina que provocar estados alterados de consciência criam as condições ideais para que o homem tenha a experiência de vislumbrar (visualizar) o Òrun, ou seja, recriar momentaneamente a ligação da consciência com a essência interior. Essa experiência é alcançada durante rituais que facilitem tal contato. Dentro do contexto religioso de Òrìsà/Ifá existem muitos momentos que criam as condições ideais para que o homem faça a viagem de volta ao Òrun, esses momentos são conhecidos como obrigações ou ainda iniciações.

Uma iniciação seja em Òrìsà ou Ifá é um processo ritualístico que tenta reconectar o homem a sua ancestralidade e a sua essência, utilizando como instrumento os Òrìsà que estão de alguma maneira ligados a seu Orí. Vale esclarecer que os Òrìsà não comandam o Orí, Eles são pilares que sustentam e equilibram a força interior que todo homem possui. Este ritual retira o véu que cobre nossa visão da realidade espiritual e isso provoca o aumento da percepção do Òrun, ou seja, podemos perceber o que realmente viemos fazer aqui. Como explicado anteriormente a iniciação irá ajudar o alinhamento do Orí com o destino, irá facilitar o entendimento do acordo com a Divindade e isso causa imediatamente alterações positivas no comportamento do homem.

Infelizmente muitos seguidores do culto de Òrìsà/Ifá se preocupam mais com as circunstâncias do ritual, ou seja, se este ou aquele ato foi feito corretamente, se vai haver uma “festa” para o Òrìsà, se a roupa tem mais brilho ou é mais bonita que a de outras pessoas, se vai ganhar um "certificado" atestando um cargo, em outras palavras, se preocupam mais com o glamour do que com o fundamento, com o objetivo deste importante ato pelo qual esta passando.

No Brasil não existe uma colaboração ou integração entre os templos religiosos, cada um segue de forma geral os rituais passados pelos seus mais velhos, porem muitos desses foram alterados ou ainda perderam sua essência. Assim é comum que entre os sacerdotes exista discrepância quanto aos atos litúrgicos, observamos criticas duras trocadas entre casas de Òrìsà/Ifá, invalidando os atos feitos por outros e deixando muitos iniciados totalmente perdidos e confusos quanto à veracidade das iniciações que eles receberam.

Ifá ensina que não existe uma forma convencionada de se fazer um ritual, o ritual correto é aquele que impulsione a transformação interior, contudo existem tradicionalmente dentro de cada seguimento religioso, rotinas já consagradas, ou seja, rituais definidos que são passados de geração em geração. Dentro deste contexto é importante lembrar que tudo deve evoluir, então é natural que tais procedimentos sejam aperfeiçoados, ou ainda, adaptados a regiões diferentes daquelas que eles são originados, por exemplo, o Ifá praticado atualmente no Brasil, não é exatamente igual aquele praticado na África, simplesmente pelo fato que à cultura Africana é muito diferente da Brasileira, por isso, nós fazemos um Ifá brasileiro, “baseado” no Ifá nigeriano, sendo assim, já existem aqui adaptações. 

Essa afirmação, contudo não vem para validar o charlatanismo que está impregnado no Brasil no que diz respeito as religiões baseadas na cultura Yorùbá. 

O fato de Ifá dizer que não existe uma forma correta de se fazer algo está relacionado ao fato de que o “rito imita o mito”, ou seja, os rituais são criados pelo homem baseados nos ensinamentos sagrados que estão guardados na sabedoria dos sacerdotes sérios. Por isso, não é correto dizer que o culto de Ifá é melhor ou superior ao culto de Òrìsà (Batuque, Candomblé, etc.). Se retirarmos os elementos sincréticos e folclóricos existentes no culto Afro-Brasileiro encontraremos grande similaridade com o Ifá tradicional, através de rituais compatíveis com o padrão Yorùbá.

É possível concluir então que não importa em qual tradição você seja iniciado, porque se Ifá fosse o único caminho que provoca-se a transformação interior, o que seriam dos seguidores de outros cultos, como por exemplo os Budistas. O que precisa estar claro para todos é que não importa o ritual e sim a atitude dos iniciados, se cada pessoa não buscar a transformação é inútil seguir qualquer caminho. 

Ifá ensina que: “TÍ ÍBÌ TÍ AFÈ LÓ KÓ BÀSE PÀTÁKÍ, GBÓGBÓ ONA NÍ PÀTÁKÍ”, ou seja, “se o destino não importa, qualquer caminho serve”, em outras palavras, se o homem não tem uma meta digna, não importa qual tradição ele esteja seguindo.

Realizar a transformação interior pode ser alcançada com o apoio do culto de Ifá e/ou com o apoio do culto de Òrìsà. O compromisso com a evolução moral é que cria a ligação entre o Orí e o Òrun.


Àse. Bàbáláwo Ifádámiláre Agbole Obemo.



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