Orixá Feminino do Cristal – Mãe Logunan/ Oyá-Tempo – Orixá do Tempo






Orixá Feminino do Cristal – Mãe Logunan/ Oyá-Tempo – Orixá do Tempo


Logunan que também é conhecida por “Mãe Oyá-Tempo” e é assim chamada para que se faça diferença entre Logunan e “Iansã” porque “Mãe Iansã” também é chamada de “Oyá”. Mãe Logunan faz par com Pai Oxalá na “Linha da Fé” , Oxalá é Universal, portanto, ele é amparador, sustentador da fé e Logunan é Cósmica, ela é retificadora e reparadora das questões relacionadas à fé.

Ela se manifesta no “mistério do tempo” e é considerada “senhora da religiosidade”. Ela atua dentro dos aspectos negativos do campo da fé, como o fanatismo.

O fanatismo é uma ignorância e entra no campo da nossa mãe Logunan que é a “senhora do tempo”.

O que é o “tempo”?

O tempo é algo tão natural que não nos damos conta, só nos damos conta do tempo depois que ele passou e aí é tarde, na vida, a gente acaba se dando conta que tudo passou muito rápido, tudo passa muito rápido, mas, é porque nós vivemos com pouca consciência.

 Nós vivemos com pouca consciência das coisas que vão acontecendo no nosso dia-a-dia. Cada dia é uma vida, a cada dia a gente nasce e morre outra vez.

O ato de dormir é como se fosse uma “mini morte”, uma “pequena morte”, você morre todos os dias, todos os dias você vai morrendo até chegar o último dia da nossa vida.

O espaço de fato de Pai Oxalá é esse que transcende a nossa matéria porque o espaço de Oxalá não é apenas o espaço material do mundo palpável, é um espaço que envolve todas as realidades paralelas. Precisamos nos dar conta das questões existenciais: Quem somos nós? De onde viemos? Por que estamos aqui? Pra onde vamos? O que está acontecendo? O que é esse tempo?

É graças a Mãe Logunan que o tempo existe. Em algumas lendas, no livro “Lendas da Criação” do Rubens, tem uma lenda que diz que quando Olorum criou o mundo tudo era estático como um quadro, as coisas não se moviam, não existia passado, presente e futuro, tudo era parado. Então, Ele criou, Pai Olorum criou Mãe Logunan para que houvesse uma cadência, um encadeamento, que surgisse a linha do tempo.

Sem o tempo não haveria vida, não haveria nada se não existisse o tempo.

Ela foi criada para que a vida pudesse se manifestar, pra que a gente pudesse ter experiências, nenhum de nós teria experiência se não existisse o tempo. É graças a Mãe Logunan que temos a capacidade de raciocinar, de prospectar, de imaginar no futuro e de lembrar-se do passado, isso está relacionado ao tempo.

Tempo que pertence a Mãe Logunan e, graças a ela, a gente tem as experiências durante a vida e podemos falar do tempo nessa questão mais ampla, falar ainda da experiência com o tempo na matéria, no mundo
material, qual é a nossa experiência de encarnado em relação aquilo que a gente chama de “tempo”.

Tempo é algo que a gente conta, nós contamos e medimos o tempo em segundos, minutos, horas, dias, meses, anos, décadas, séculos e eras, isso pertence à Mãe Logunan. Como é que eu posso medir o tempo? Qual é o parâmetro de medida de tempo? O que é que me dá noção daquilo que vem a ser tempo?

Pra nós, encarnados, a noção de tempo está diretamente relacionada a três coisas: primeira – o movimento da Terra sobre si mesma, chamado “movimento de rotação” e, é graças a esse movimento que o dia tem 24 horas. Se o dia tivesse 50 horas ou se o dia tivesse 10 horas, a minha relação com o tempo seria diferente porque o meu aproveitamento do tempo seria totalmente outro.

 Segunda – o movimento de translação, movimento que a Terra faz em torno do sol que dura 365 dias e gera o “ano”.

Terceira – metabolismo relacionado ao ato de nascer, crescer, envelhecer e morrer, isso tudo nos dá uma noção de tempo. E aqui no plano material enquanto encarnados nós estamos presos, não dá pra fugir, não dá pra escapar da passagem dos dias, não dá pra escapar do envelhecimento do corpo.

Mãe Logunan é Cósmica no campo da fé, quando nós nos desequilibramos no campo da fé é ela quem atua, ela é a senhora do tempo, esse tempo que se refere à religiosidade.
Qual a relação entre religiosidade e tempo? A religiosidade é algo que nos lembra uma frequência, um período, aquilo que você está cumprindo. Vou dar um exemplo: você pode afirmar “Eu acordo todos os dias religiosamente às cinco e meia da manhã”, “Eu tomo café todos os dias religiosamente às seis da manhã”, “Eu pego a condução ou entro no trânsito todo dia religiosamente”, esse “religiosamente” quer dizer que você cumpre aquilo sem falhar nenhum dia.

A religiosidade está ligada ao compromisso, religiosidade está ligada a frequência, a marcação. A religiosidade está ligada ao cumprimento de coisas, mas nem sempre o religioso é uma pessoa de “fé”. Porque existem pessoas que tem muita religiosidade estão todos os domingos na igreja, pessoa que tem muita religiosidade e não falta a nenhuma sessão no Centro Espírita, pessoas que tem muita religiosidade estão lá todas as Giras de Umbanda. Mas, não tem fé porque “fé” é algo maior, que transcende a religião e a religiosidade.

A religiosidade diz respeito ao cumprimento de uma tarefa, de um exercício, de uma prática.

 Há pessoas que tem muita fé e não tem religiosidade nenhuma porque não tem uma prática, mas tem fé. Há pessoas que tem muita fé e não tem religião. E há religiosos que não tem fé. E também há aqueles que têm religiosidade e fé.

A fé pura e simples, independente da religiosidade, da prática, pertence a Pai Oxalá, a religiosidade pertence à Mãe Logunan, é nesse campo que ela nos ajuda a lidar com a religiosidade. Ao ajudar a lidar com a religiosidade está nos ajudando a lidar com o nosso tempo, como você administra o seu tempo. Ser religioso é administrar o seu tempo e dentro do seu tempo, encontrar o momento e o período certo para exercer a sua religiosidade e queira Deus, queira Pai Oxalá que você exercite também a sua fé, essa é uma das questões de Mãe Logunan.

Há religiosos que tem uma relação de desequilíbrio com a sua própria religiosidade exercida e praticada, esse desequilíbrio pode ser o tal do “fanatismo”. O que é, qual seria a definição de fanático e fanatismo? O fanático é aquele que deixou de cultuar o mistério maior, deixou de adorar a Deus para adorar o Templo.

 O fanático é aquele que adora e reverencia o que é físico, material e palpável, ele adora o Templo, ele adora a estrutura de pedra, o fanático adora estar ali dentro, ele adora tudo aquilo que é da religião e da religiosidade material, mas esqueceu que está fora daquilo que é maior, o transcendente, o que não pode ser aprendido e nem compreendido e nem guardado dentro de um Templo, aquilo que transcende o Templo material, transcende os rituais, as estruturas e tudo mais.

Quando a nossa relação religiosa é com algo que nós cremos ser maior que nossa religião, temos uma religiosidade equilibrada. Agora, quando eu acredito que aquilo que eu estou adorando e cultuando não é maior do que a minha religião, eu começo a achar que somos os eleitos, somos os escolhidos e passamos a ser fanáticos querendo converter todas as outras pessoas a nossa religião, o fanático é aquele que crê que o dele é melhor do que do outro, que a religião dele é melhor do que a religião do outro porque ele não enxerga que Deus é maior do que as religiões.

 Antes do segundo Congresso do Vaticano, a igreja Católica afirmava que “Fora da igreja não há salvação”, é por isso que em 1850 Allan Kardec fez a afirmação que “Fora da caridade não há salvação” que era um contraponto à afirmação da igreja. Depois do segundo Concílio do Vaticano, a igreja Católica reconheceu que “Deus é maior do que a igreja”. Se Deus é maior do que a igreja, com certeza existe salvação pra além da minha igreja e aí nasceu o “Ecumenismo” que é o encontro dessa igreja com outras igrejas reconhecendo que todos podem alcançar Deus por muitos caminhos. “Todos os rios levam ao mar”.

Pensar dessa forma é pensar de uma maneira Umbandista.

 A Umbanda é uma religião universalista, a palavra “ecumênico” é uma palavra criada pela igreja Católica que em primeiro lugar promoveu o encontro das igrejas Cristãs, depois promoveu o encontro com os irmãos mais velhos, os Judeus, o Ecumenismo nasce do encontro da igreja com outras igrejas.

A Umbanda é universalista, o universalismo é crer que eu não preciso promover encontro, tudo está junto, todas as religiões e seguimentos já estão unidos, eu não preciso reconhecer que o outro também leva a Deus, eu sei que tudo leva a Deus, então, somos universalistas. É um conceito um pouco acima do Ecumenismo, aqui no Brasil existe algo chamado “Macro Ecumenismo” que é encontrar igrejas que também não são Cristãs, religiões que não são Cristãs.

 O universalismo é o conceito da Umbanda, por quê? Simplesmente porque na Umbanda nós incorporamos espíritos como Preto Velho, Caboclo, Baiano, Boiadeiro que quando foram encarnados não eram Umbandistas, a Umbanda, de forma inconsciente, não teórica, e muitas vezes não doutrinária, ensina que o Caboclo que incorpora foi índio e alcançou a luz e ele não era Umbandista quando foi vivo.

O Preto Velho teve muitas vidas e alcançou a luz, ele não era Umbandista quando foi vivo. O Baiano provavelmente não foi Umbandista quando era vivo. O Marinheiro não foi Umbandista quando era vivo. O Exu não foi Umbandista quando era vivo, não tenho certeza se alcançou a luz, não necessariamente, pode ser que sim, pode ser que não, mas está aqui me ajudando.

A Umbanda nos ensina a respeitar o diferente, a respeitar o outro, reconhecer que todos podem alcançar um bom caminho, independente de qual seja a sua religião, isso está presente na nossa prática, no dia-a-dia, é isso que ensina Oxalá, Ele está sempre de braços abertos, Oxalá de braços abertos é aquele que recebe todos os filhos. Oxalá é essa liberdade religiosa, a tranquilidade religiosa, aceitar a todos.

Mãe Logunan é aquela que está observando aqueles que caíram em desequilíbrio religioso, ou essa pessoa precisa se reformar, fazer reforma íntima ou precisa ser afastada do grupo pra não atrapalhar um grupo religioso. Então, a forma de atuação da Mãe Logunan nas nossas vidas é cristalizadora e descristalizadora. O fanático está cristalizado num comportamento condicionado.

Mãe Logunan tem qualidade de cristalizar e descristalizar. Na sua qualidade descristalizar, ela vai quebrar aquele comportamento fanático, ajuda a pessoa a tomar uma consciência maior e reconhecer que o caminho da fé é tão importante quanto da religiosidade, mas que a adoração ao culto deve ser algo transcendente e não as coisas desse mundo material.

É um fator, uma qualidade de Logunan “descristalizar”. Ela também tem a qualidade de cristalizar, ou seja, o fanatismo também pode ser uma ferramenta útil em algumas situações.

Podemos dizer que: “o tempo tudo resolve”, no tempo todos os problemas encontram solução, se a gente tem algum problema que realmente não sabe como resolver, se você está diante de uma situação que não sabe o que fazer entregue à Mãe Logunan e peça a ela que no tempo lhe ajude a encontrar as soluções.

Sua saudação é: “Olha o tempo minha mãe”, sua cor é o azul profundo como um azul bem escuro que se chama “azul petróleo”.

Podemos sempre usar uma vela branca no lugar de qualquer outra cor e especialmente pra Mãe Logunan, a gente pode usar uma vela branca e uma vela preta, não a vela bicolor branca e preta, duas velas: uma branca e uma preta que simbolizam a polaridade da fé e da religiosidade, do equilíbrio e do desequilíbrio, do absorver. Então, uma firmeza simples pra Mãe Logunan é: uma vela branca, uma vela preta e um copo da água, o ideal é firmar isso no tempo.

Nós chamamos de tempo um local descoberto, pode ser um quintal, pode ser uma varanda e se não tiver, se você mora num apartamento não tem jeito, pode fazer isso numa lavanderia, é uma firmeza: duas velas e um copo de água. Se quiser completar essa firmeza, você coloca um pedaço de bambu, pode espetar o bambu na terra – o ideal é do lado de fora da casa, no tempo aberto, espeta um bambu na terra ou coloca dentro de um vaso, em cima desse bambu você vai colocar uma cabaça – uma cabacinha pequeninha, corta a tampa da cabaça e amarre na ponta do bambu e coloque água pra Mãe Logunan, oferece água pra Mãe Logunan dentro dessa cabaça e ali a gente tem uma firmeza pra Mãe Logunan.

A cor cinza e a prata também podem ser usadas pra Mãe Logunan e a pedra de quartzo fumê ou o quartzo rutilado, se você encontrar uma pedra de quartzo rutilado fumê, então, você tem uma pedra ideal pra trabalhar na força de Mãe Logunan.
 Mãe Logunan rege uma dimensão paralela a nossa na qual são levados aqueles espíritos que estão perdidos no tempo, vagando no tempo.

 Mãe Logunan é temida pelos espíritos que, de alguma forma, prejudicam o próximo, principalmente, aqueles que trabalham em magia negra. Por ser a Mãe da religiosidade, pra atuar como Mãe Cósmica no sentido da fé é ela que toma conta tanto dos fanáticos quanto daqueles que inverteram a polaridade da fé e estão na ilusão e daqueles também que agridem em nome da fé.

É na força dela que se recolhem os espíritos que usam a fé pra agredir o próximo, ou seja, usam de má fé, usam de magia negativa para agredir o próximo entram no campo da Mãe Logunan.

 Trabalhar na força da Mãe Logunan é encontrar um amparo de proteção contra o mal religioso, contra aquele que pratica essa magia negativa, a gente pode pedir essa proteção de forma simples como essa firmeza acima.

Na questão do fanatismo, que é um ponto onde Mãe Logunan trabalha, a gente estava falando que entre cristalizar e descristalizar, ela descristaliza o fanático pra ele enxergar a vida de uma forma mais ampla. Mas, às vezes, ela usa como mistério de Deus, usa do fanatismo também - o fanatismo em si é algo negativo – mas, ela também usa do fanatismo de uma forma positiva.

Como o fanatismo pode ser algo positivo na vida de alguém?

 Mesmo que em si, o fanatismo seja algo negativo, quando nós ouvimos um discurso assim: “Antes eu matava, antes eu roubava, antes eu batia na mãe, antes eu dava cheque sem fundo e agora eu tenho uma religião, agora estou com o Senhor, agora eu encontrei a salvação”.

Antes a pessoa tinha outros vícios, antes ela se drogava, antes ela era agressiva, antes ela mentia antes ela roubava antes ela tinha outros vícios e agora ela trocou esses outros vícios por um vício religioso: o fanatismo.

Aqui entram práticas religiosas que fascinam, e mesmo sendo um vício não permite que a pessoa continue a sustentar os outros vícios, então, abandona-se os vícios antigos por um novo vício.

É “sair de uma ilusão e entrar em outra”, mas você caiu numa ilusão que já é menos agressiva pra você e pra quem está em torno de você, deixou de ter os vícios de agressão maior, pra ter o vício do fanatismo que não deixa de ser uma agressão menor porque parou de bater na mãe, parou de roubar, parou de enganar, parou de mentir e agora é um fanático religioso, então, a gente chama isso de “reformatório”.

Existem Templos e igrejas que são verdadeiros reformatórios, já ouvimos, certamente, os seguintes comentários: “Ah ali tem uma igreja, ali é a igreja do ex”.  “Como assim a igreja do ex?”, “Não porque tudo mundo que está lá é ex-alguma coisa: é ex-traficante, é ex-viciado, é ex-isso, ex-aquilo, então, é uma igreja de ex. Todo mundo está porque é ex-alguma coisa que deixou de ser alguma outra coisa”, então, isso é um reformatório.

Não devemos criticar, mesmo que seja triste saber que o fanático acha que só a sua religião leva a Deus e o resto é do demônio, do diabo, do capeta, etc. Mas, há de se ter compaixão e paciência com esses irmãozinhos e quando eles passam dos limites o caminho é a lei. Agora, são igrejas que crescem muito e que vão tomando conta da sociedade, mas a sociedade como um todo tem que tomar consciência do que acontece ao seu redor.

Não adianta a gente querer salvar o mundo, primeiro a gente tem que conseguir salvar a nós mesmos, nosso primeiro papel, o primeiro e mais importante papel nosso é fazer da Umbanda uma boa religião.

Primeiro eu devo fazer por mim mesmo, sendo um bom religioso, um bom médium e mais do isso, por meio da Umbanda, é possível a gente tomar consciência.

Muitas pessoas chegam à Umbanda só para pedir coisas, chegam à Umbanda porque querem um carro, chegam porque querem uma casa, porque querem um namorado, isso quando não querem a namorada do outro, o namorado da outra, isso quando não querem o que o chefe tem o cargo do fulano, do cicrano, um monte de gente chega à Umbanda assim porque não sabe o que é Umbanda.

 Muita gente chega à Umbanda por curiosidade, os curiosos vêm satisfazer sua expectativa, esses que querem coisas, querem barganhar algo, acham que a Umbanda é balcão de milagre, barganha de negócio. Então, primeiro há de se entender o que é Umbanda: é uma religião.

Qual o objetivo maior da Umbanda? A Umbanda nos ajuda na vida espiritual e até na vida material, mas o objetivo maior é acordar, a maior caridade é nos dar a consciência da vida, de quem somos nós, é comum a pessoa chegar à Umbanda dizendo que quer isso, quer aquilo, tudo a pessoa quer porque continuamos crianças querendo coisas, como uma criança que sai na rua, entra no shopping e quer tudo, tudo a criança quer, a gente cresce e continua criança querendo coisas.

Os Guias nos olham como crianças e quando eles nos olham como crianças, nós estamos pedindo: “Ah eu quero isso, eu quero aquilo, aquilo outro”, ele olha e pensa: “Mas isso não vai lhe ensinar o que a vida quer lhe ensinar”, então, não adianta ficar pedindo coisas para os espíritos porque o papel deles não é dar as coisas que a gente quer, o papel deles é dar as lições que a gente precisa aprender.

O objetivo maior da Umbanda é nos ajudar a entender o que a vida quer ensinar, a vida tem algo pra lhe ensinar. Você nasceu numa família rica? Você nasceu numa família pobre? Você nasceu numa família que tem cultura? Que não tem cultura? Você nasceu em qual situação? Em qual região? Em qual país? Em qual condição física você nasceu? Nada disso é por acaso, todo contexto da tua vida foi construído, idealizado especialmente pra você aprender o que você tem pra aprender nessa encarnação e a Umbanda está aqui para nos ajudar, por quê? Porque a partir do momento que a gente começa a aprender a lição de casa, a vida começa a se transformar, a mudar, a vida melhora quando a gente está aprendendo, mas não melhora quando a gente só quer ter coisas.

A Umbanda está aqui para nos ajudar a nos transformar, a crescer, a aprender por meio da fé, da religião, da esperança, da compaixão, do amor e principalmente do desapego, principalmente de vencer as paixões.

 Tudo isso está ligado a Mãe Logunan porque o fanatismo é um apego, o desequilíbrio religioso é um apego, a ilusão é um apego, a ilusão se dá principalmente pelo medo, medo de que: “medo” de enxergar a vida como ela é, e é melhor a gente viver a ilusão; “medo” de se olhar no espelho, então, é melhor viver numa ilusão.

Temos a virtude que é a “fé”, o desequilíbrio na virtude que é o fanatismo e a inversão dessa virtude que é a ilusão, a mesma coisa pra todos os outros sentidos. O fanatismo revela um comportamento religioso infantil, mas às vezes é melhor ter um comportamento religioso infantil porque esses comportamentos infantis em outros sentidos podem trazer agressões maiores.

Uma religiosidade madura é descontraída, é uma religiosidade sem medo, uma religiosidade madura é uma religiosidade que vê Deus como Pai e Mãe, uma religiosidade madura é uma religiosidade onde não precisa temer a Deus só precisa amar, uma religiosidade madura é uma religiosidade de descontração onde a fé e o relacionamento com a fé é de alegria, de felicidade, tudo isso a Umbanda tem pra oferecer.

A religiosidade madura não faz comparação, é aquela que faz sua vida mais leve e não mais pesada, a religiosidade madura não fica apontando o dedo para os outros, a religiosidade madura é também aquela que lhe faz perceber que você não é melhor que o outro porque tem uma religião, as pessoas são melhores para si mesmas em função das suas virtudes e não de ter uma religião.

Quando passamos a praticar uma religião onde nos sentimos melhores, crescendo, onde se sente que se está evoluindo, onde nós já estamos nos sentindo pessoas melhores e aí começamos a sentir que somos melhores que os outros, já caiu tudo por terra porque aquele que acha que é melhor do que o outro só porque tem uma religião é um arrogante.

Mãe Logunan é um Orixá praticamente desconhecido, poucas pessoas têm o conhecimento ou fazem o culto a Mãe Logunan, ela foi revelada por Pai Benedito de Aruanda ao Rubens Saraceni quando ele começou a colocar no papel as 7 linhas de Umbanda, como a Mãe do tempo que faz par com Pai Oxalá.

O fato de Mãe Logunan ser desconhecida não quer dizer que não existia, ou que foi inventada. Na África existem cerca de 401 Orixás e poucos chegaram ao Brasil, o culto a um número muito reduzido de Orixás ainda existe na África e até no Candomblé. O número de Orixás que existe é muito grande, são poucos aqueles que são conhecidos.

Mãe Logunan é um desses Orixás cujo culto se perdeu, não existia mais, mas ela está no mistério do tempo assim como a divindade Bantu Tempo masculino, ela é o par feminino, faz par com Oxalá. Os Orixás fazem par uns com os outros, formam muitos pares e não apenas um par fixo. Não havia sincretismo conhecido para Mãe Logunan, nós podemos adotar um, esse sincretismo pode ser adotado com: “Santa Clara” que faz par com “Francisco de Assis”.

Em São Paulo existem simpatias que se fazem para Santa Clara a fim de ajudar com o tempo e etc, e se joga ovo em cima do telhado. Santa Clara foi uma grande religiosa, ela tem essas qualidades de Logunan. Ou Santa Luzia ou Nossa Senhora da Luz, santas que tem qualidades de Logunan são muitas. É só pesquisar, você pode adotar uma, você pode adotar a uma santa que faz sentido pra você.

As filhas de Logunan têm forte religiosidade, são reservadas; tem comportamento tranquilo, religiosamente tranquilo, mas não aceitam nenhum desequilíbrio religioso, não aceitam nada de negativo no campo da religiosidade.

 Podem ter dificuldade de se adaptar a modelos pré estabelecidos e não aceitam hipocrisia religiosa, bagunça religiosa, um ambiente religioso que não seja saudável, a filha de Logunan não aceita isso. A filha de Logunan tem as qualidades de Mãe Logunan que é: quando vê alguma coisa negativa no campo da religiosidade ou ela conserta ou ela afasta.

A filha de Logunan consegue corrigir o desequilíbrio do ambiente ou se ela não corrigir ela vai sair daquele ambiente, às vezes a filha de Logunan, embora seja muita religiosa, embora tenha uma fé muito forte, às vezes essa filha de Logunan não consegue se adaptar aos lugares onde passa porque ela não aceita, ela não concorda, ela não comunga, ela não vai conviver com hipocrisia religiosa, com gente que pratica religiosidade em desequilíbrio e etc.

A energia de Logunan é uma energia que se manifesta de forma espiral, a gente chama de “espiral do tempo”: a “espiral ascendente” é a espiral da religiosidade que inspira a religiosidade que irradia a religiosidade e a “espiral descendente” é uma espiral absorvedora dos desequilíbrios religiosos.

A partir dessas ondas são construídos símbolos, signos de Mãe Logunan e a “Estrela de Logunan” que é também uma espiral.

A cruz é símbolo de Oxalá, mas não apenas de Oxalá, a cruz é símbolo de Oxalá e a estrela de cinco pontas é de Oxalá.

Esse é um simbolismo de ondas e estrelas de Oxalá e de Logunan, a partir desse simbolismo e dentro do ponto riscado, é criada e colocada a presença desses Orixás.

Anna Pon

(Texto baseado no Curso de Teologia de Umbanda Sagrada – Desenvolvido por Rubens Saraceni – Ministrado por Alexandre Cumino)


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Comentários

  1. Olá, durante muitos anos vejo entre os seguidores de Rubens Saraceni ( a sua benção), menção aos Orixás, Egunitá,Logunan e Obá.
    Obá sei quem é,embora nunca tenha conhecido uma casa que a cultue.Agora Egunitá e Logunan me são totalmente desconhecidas.
    Gostaria de saber de onde surgiu seu culto dentro da Umbanda,visto que em nenhuma casa que eu conheça existe tal Orixá.

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  2. Olá! O culto ao qual se refere surgiu através do trabalho de psicografia de Pai Rubens. Existem muitos mais Orixás do que os cultuados meu irmão. Axé!

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  3. Bom dia, sou leiga no assunto e estou começando a aprender agora, descobri a pouco que tenho influências de Oyá, não sei se sou filha dela, mas resolvi estudar mais, e concordo com este aspecto do tempo e da religiosidade...mas gostaria de saber se esses orixás são a mesma entidade com nomes diferentes para cada face, cada aspecto de sua natureza? Loginan, Oyá e Iansã?

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    1. Olá Tatiane! Bem-vinda! A questão é a seguinte: Existe Oyá (referência à Yansã) e Oyá tempo (doutrina de Rubens Saraceni). O melhor é conversar com um pai de santo de sua confiança. Teoria é bom, mas, a prática e vivência são fundamentais.

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